Quais as razões ou vantagens para tornar-se um produtor de energia ou autoconsumidor?
Tornar-se autoconsumidor ou produtor em Unidade de Autoconsumo representa uma decisão, como vimos anteriormente que engloba várias vertentes. Nesta secção temos por objetivo explicar que tipo de razões poderão ajudar nesta decisão, quer a nível pessoal, social e financeiro.
Nível pessoal
A nível pessoal tornar-se autoconsumidor traz consigo seis grandes vantagens:
A energia captada através dos painéis solares ou fotovoltaicos é uma energia proveniente da luz do sol, um recurso natural, sendo por isso naturalmente reabastecida. Trata-se de uma fonte de energia renovável, considerada uma energia limpa visto que a sua produção não emite dióxido de carbono adicional, e é designada de energia verde. É então, uma energia limpa, gratuita e inesgotável.
A eletricidade produzida pelo sistema de autoconsumo detém uma maior qualidade, uma vez que são reduzidas as perdas de energia em termos de transporte, pelo facto da energia ser produzida no local de consumo, ou seja, na habitação. A qualidade da energia fica assegurada nas horas de maior consumo, modelando-se os picos de consumo em horas de ponta, reduzindo, assim, as subidas de tensão. Por consequência, aumenta a eficiência energética.
Ao produzir a sua própria energia passa a reduzir, substâncialmente, a sua dependência da rede de abastecimento pública, pelo menos, durante o dia, e durante a noite, se possuir uma bateria solar. Passa a disponibilizar da energia que necessita sem cortes e, eventualmente, armazenar e tirar partido da energia excedente (através da instalação de equipamento específico para armazenamento da electricidade).
A instalação de um sistema para autoconsumo faz com que proceda a uma análise dos seus perfis de consumo, antes da compra, para poder dimensionar, a mesma, às suas necessidades e durante a utilização dos painéis fotovoltaicos. Estes sistemas integram, na sua maior parte, equipamentos e aplicações que permitem a monitorização do consumo e produção. Como resultado, consegue obter uma estimativa mais realista das suas necessidades e padrões de consumo. Com esta informação, poderá efetuar alterações que permitirão uma maior poupança, nomeadamente, colocar em funcionamento determinados aparelhos eletrónicos durante o dia, ou a substituição de alguns aparelhos para utilizar exclusivamente meios elétricos. É importante que o investimento seja também feito na alteração de hábitos de consumo, pois ao ajustar os seus consumos à curva da produção, permitirá obter uma maior poupança na fatura da eletricidade. Estes sistemas permitem assim, otimizar o seu consumo energético.
A instalação dos painéis fotovoltaicos é relativamente fácil, simples e proporciona um bom uso de qualquer espaço disponível na vertical ou horizontal. Contudo, de acordo com o DL 162/2019, a instalação do sistema tem de ser realizada por profissionais certificados. Os painéis solares não requerem uma manutenção sofisticada, sendo por vezes feitas pelo próprio sem necessidade de contratar profissionais especializados (até uma determinada dimensão). Estes sistemas são, na sua maioria, modulares, o que significa que podem ser expandidos no futuro.
Produtores em regime de autoconsumo com alguma experiência nesta atividade, garantem que a exploração de novas tecnologias, nesta área, constitui um motivo importante para realizarem o seu investimento pessoal e financeiro.
Nível social
A nível social reconhecem-se pelo menos duas grandes vantagens:
Ao utilizar energia limpa diminui a sua pegada ecológica, contribui para a proteção do meio ambiente e promove a luta contra as alterações climáticas.
Dar o exemplo na sua comunidade e influenciar positivamente familiares e vizinhos. Alguns produtores em regime de autoconsumo decidiram investir neste tipo de equipamento, tendo como motivação a responsabilidade em divulgar os benefícios do mesmo e, por consequência, influenciar pessoas mais próximas para investirem num futuro mais limpo, verde e sustentável.
Nível financeiro
A nível financeiro, o produtor de energia em regime de autoconsumo obtém poupanças em termos dos custos com a sua conta de electricidade, que se manifesta de quatro formas:
Ao utilizar a energia produzida pelo equipamento de autoconsumo no período diurno, o produtor reduz a sua necessidade de adquirir energia ao comercializador de electricidade contratada. Esta redução manifesta-se sobretudo, no valor da fatura de eletricidade anual. A rentabilidade do sistema de autoconsumo não resulta da venda do excedente da eletricidade produzida. Aconselha-se, a fim de reduzir a fatura de eletricidade, que a energia elétrica produzida seja 100% consumida. O cálculo da redução da fatura deverá ser feito tendo em conta as seguintes caraterísticas: tipo de tarifário (simples, bi-horário, tri-horário, etc), a potência contratada, a presença ou não de internet fixa, os padrões de consumo de energia e em que alturas do dia ou da semana, estes, são predominantes.
O investimento neste equipamento está dependente de variáveis, tais como, o uso da eletricidade, o tipo e dimensão da instalação. A instalação deverá ser dimensionada de forma proporcional ao consumo energético e necessidades de eletricidade para que o consumidor obtenha maior poupança anual, maior retorno sobre o investimento e mais eficiência energética. Estima-se que o investimento em sistemas solares fotovoltaicos, no que concerne ao autoconsumo, permite retorno sobre o investimento entre os 6 e os 9 anos, para as empresas. Contudo, este retorno está associado, como referido anteriormente, ao ótimo dimensionamento dos sistemas. No caso residencial, o retorno estima-se ser mais longo, daí a importância do dimensionamento adequado a cada habitação.
O seu imóvel é valorizado pela melhoria do aspeto e prestígio. O facto de ter painéis fotovoltaicos representa uma maior eficiência energética e poderá ser usado como uma mais-valia em caso de proceder à venda da sua habitação.
Este benefício permite, no caso das empresas, poupar dinheiro ao realizar a instalação de sistemas solares fotovoltaicos em edifícios/coberturas ou, até mesmo, em parcelas de terreno sem utilização. Poderão, então, ser aproveitados para produzir energia, rentabilizando estes ativos, que de outra forma não o poderiam fazer.